03 MUSEUS INCRÍVEIS EM CUSCO

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Sim, eu sou professor de História, e sim, sempre que eu viajo para algum lugar eu quero conhecer os principais museus e as principais atividades culturais deste lugar. No post de hoje vamos falar um pouco mais sobre Cusco, a capital Inca na América Latina.

Na verdade, quero falar sobre os três principais museus que você tem para visitar na cidade: o Museu de Arte Pré-Colombiano, o Museu Inka e o Museu Machu Picchu.

Quanto custam os museus que falaremos no texto?

Ninguém merece ler blog que esconde a informação no meio de um longo texto né? Por isso, aqui vão os valores em Soles (a moeda peruana) que eu paguei em julho de 2023 e a conversão em real.

Arte Pré-Colombiano: 10 soles (entrada de estudante).

Inka: 10 soles (entrada de estudante).

Machu Picchu: 10 soles (entrada de estudante).

Qual a moeda do Peru e qual cotação pegamos?

A moeda oficial no Peru em 2023 é o Sol Peruano (Soles no plural). Nós optamos por fazer a troca de dinheiro através da Western Union, um sistema financeiro que tem nos servido bastante enquanto estou digitando este texto.

Fizemos a “troca” do dinheiro no dia 14 de julho de 2023 e pegamos uma cotação de 1 real para 0,70 centavos de sol peruano. Ou seja, todo valor que vemos aqui no Peru precisa ser dividido por 0,7.

Alguns exemplos:

10 soles equivale a R$ 14,28.

70 soles equivale a R$ 100,00.

35 soles equivale a R$ 50,00.

Então, sempre que vamos ao mercado ou encontramos algum produto aqui no Peru, dividimos o valor que encontramos por 0,7.

Horário dos museus:

Arte Pré-Colombiano: 9h até as 22h.

Inka: 8h até as 18h.

Machu Picchu: 9h até as 17h.

MUSEU DE ARTE PRÉ-COLOMBIANO

Este museu é bem diferente dos outros museus que vamos falar por aqui. Isso porque é um museu “apadrinhado” pela Fundação BBVA. BBVA é um banco muito famoso que existe aqui no Peru, e como forma de incentivo à cultura (provavelmente por descontos fiscais), eles apadrinharam a estrutura e a coleção deste museu.

Segundo eles próprios: “a Fundação dedica grande parte de sua atividade à gestão dos centros culturais que mantém em Cusco, Arequipa e Trujillo”, ou seja, é um museu que tem bastante dinheiro e isso fica visível na disposição das suas próprias coleções.

O Museu fica em uma antiga construção inca (como quase tudo na cidade de Cusco) e que acabou passando por um processo de remodelação muito intenso a partir da colonização dos espanhóis. Aqui funcionava um Yachaywasi, uma espécie de escola para os filhos da elite Inca

Modificado, o local se transformou em uma verdadeira mansão colonial que pertencia a um homem chamado Don Alonso Díaz e que depois foi vendido para a Igreja Católica (como quase tudo em Cusco). O local é Patrimônio Mundial da Unesco e desde 2003 é um museu.

Mas, o que eu encontrei em minha visita por lá?

Confesso que eu fui para o museu exclusivamente para ver as suas peças de ouro, entretanto, achei elas “meio caídas” e me surpreendi positivamente com outras salas e outras coisas.

O museu é dividido por salas e cada uma dessas tem um nome e um tema. Ao entrar nas salas você entra em um “túnel do tempo” em que vai conhecer um pouco mais dos 3 mil anos de História do local.

As salas são: sala das origens, sala de madeira, sala antes dos incas, sala inca, sala norte do Peru, sala sul do Peru, sala centro do Peru, sala de prata, sala de ouro e sala de conchas. Não vou falar de todas as salas, quero falar das que mais chamam a atenção no museu e o que eu encontrei lá.

Sala das origens: é a sala mais chamativa do museu quando o assunto é propaganda. A maior parte das suas peças expostas é de antes de Cristo. Possui várias peças que foram encontradas em diferentes locais do país e em diferentes momentos. O que mais chama a atenção nessa coleção são as suas peças de cerâmica. Aliás, essas peças de cerâmica são as peças mais chamativas de todas as coleções.

Sala da madeira: a madeira era um dos elementos mais importantes das culturas pré-espanholas. Confesso que eu achei a coleção um pouco pequena, entretanto, as madeiras eram muito bem talhadas e muito bonitas. Eu sou filho de marceneiro, e não sei porque, aprecio muito artes e materiais feitos neste material.

Sala inca: são expostos os objetos utilizados em rituais e outras atividades da vida cotidiana dos incas. O mais legal é que todos esses objetos são muito bem trabalhados e muito bem feitos. Eu fiquei muito tempo admirando os vasos e os desenhos feitos neles. Observando as obras e as placas de identificação você vai aprender bastante sobre como era organizada a sociedade incaica.

Sala de ouro: cheguei na sala super empolgado, acreditando que seria o momento mais importante do museu, e sai da sala um tanto quanto decepcionado. Apesar de o ouro ser um dos principais elementos da cultura incaica, a maior parte das peças expostas aqui são feias. Isso mesmo, o ouro não está reluzindo na sua melhor forma, o acervo é pequeno e você, quando chega empolgado, sai um pouco decepcionado.

Onde fica o museu?

O museu fica em uma das várias praças da cidade. Fica muito perto da Plaza de Armas da cidade (a principal praça) e você pode ir caminhando até ele.

Coloque no Google Maps: Plazoleta Nazarena 231, Cusco

No nosso YouTube tem um vídeo sobre o museu: clique aqui para vê-lo.

MUSEU INKA

Os espanhóis destruíram muitas coisas quando iniciaram a invasão da América, entretanto, “por sorte”, algumas peças acabaram sobrevivendo, sejam enterradas, seja por acaso do destino. O Museu Inka é o local que abriga essas peças e que formam um acervo excelente.

Esse museu é muito especial para mim pois foi o primeiro museu que eu conheci no Peru a quase dez anos atrás. Voltando agora, em 2023, vi exatamente o mesmo museu, o que é bom, tendo em vista que minhas memórias foram a mil, e o que é ruim pois o museu está envelhecido e precisa de manutenção em algumas galerias.

O museu é parte da UNSAAC, a Universidad Nacional San Antonio Abad del Cusco e faz parte de um conjunto arquitetônico montado a partir de 1580.

Mas, o que eu encontrei em minha visita por lá?

Assim como outros museus, este, é dividido em salas, das quais quero destacar: sala do meio ambiente, sala da História Inca, sala das atividades Incas e sala Mallki Wasi.

Sala do meio ambiente: esta sala tem uma exposição bem legal pois ela apresenta, em forma de maquetes, as paisagens que você encontra em todo o Peru. Ou seja, é possível fazer uma associação entre as riquezas do império e como estas são proporcionadas através da agricultura. Os dioramas (maquetes) mostram como o território peruano é muito parecido com o brasileiro, com muitas riquezas e muitas possibilidades.

Sala da História Inca: que tal aprender um pouco mais sobre a cultura e memória dos Incas? Essa sala vai narrar, de forma cronológica a História do império incaico, passando por seus auges, até o momento “final” como a invasão dos espanhóis. Chama a atenção, claro, as atividades feitas em cerâmica que estão dispostas.

Sala das atividades Incas: eu sempre fico positivamente surpreendido com as cerâmicas que foram produzidos no atual Peru, entretanto, como já tinha visto bastante cerâmica no museu anterior, passei “meio batido” por essa sala. Aqui, o que mais me chamou a atenção, de verdade, foram as ossadas apresentadas. Ossadas de povos anteriores aos incas, com suas trepanações e defeitos. Ver ossadas tão antigas e tão preservadas é muito legal. É uma das salas mais disputadas do museu.

Sala Mallki Wasi: essa sala é uma das menores do museu, entretanto, é a sala em que você consegue ver uma tumba inca e entender muito bem a importância que as múmias tinham para o império. É a sala mais marcante de todo o museu.

No nosso YouTube tem um vídeo sobre o museu: clique aqui para vê-lo.

Onde fica o museu?

O museu fica em uma subidinha, em uma transversal da Plaza de Armas da cidade (a principal praça) e você pode ir caminhando até ele.

Coloque no Google Maps: Cuesta del Almirante 103, Cusco.

MUSEU MACHU PICCHU

Dos museus dessa lista, este aqui é o menos empolgante, afinal, ele é pequeno e conta a História da cidade de Machu Picchu.

A “cidade perdida” dos incas foi abandonada quando os espanhóis chegaram no território peruano. Construída por ordem do imperador Inca Pachacuti, servia como centro religioso e também como “fazenda real” do imperador. É um local estratégico “no meio” do império incaico.

Mas, o que eu encontrei em minha visita por lá?

O museu é chamado por alguns de Casa Concha, mais uma das várias construções coloniais que foram feitas por cima de construções incas. No caso dessa casa, a construção inca era o palácio de Tupac Yupanqui, um dos imperadores incas mais importantes.

Assim como eu, você vai encontrar algumas paredes originais, mas elas vão chamar bem pouca atenção. Chama a atenção mesmo é a casa (todo o prédio) que pertencia a Diego de Santiago. Hoje, é mais um prédio administrado pela Universidad Nacional de San Antonio Abad del Cusco.

A maior parte das salas está contando a História do Santuário de Machu Picchu, com fotografias reproduzidas (as primeiras fotos tiradas do santuário) e vários objetos que foram retirados de escavações do local.

Recomendo a visita ao museu apenas se você tiver tempo ou for muito curioso com o povoado de Machu Picchu, se não, não vale muito a pena.

Confesso que as peças de cerâmicas, copos, pedras e quase todas as coisas expostas no museu não chamam muito a atenção. Como ele foi o terceiro museu que eu fui, já estava um tanto saturado de ver a mesma coisa, entretanto, as fotos originais expostas e que foram tiradas no início do século XX, me atraíram muito a atenção.

É muito legal ver como Machu Picchu era quando fora descoberta e como se deram as primeiras escavações no local. A noção estadunidense e europeia de arqueologia mudou bastante e também mudou muito a relação do povoado de Machu Picchu com o mundo. Isso sim, fez o ingresso valer a pena.

Onde fica o museu?

O museu fica em uma subidinha, muito próximo da Plaza de Armas da cidade (a principal praça) e você pode ir caminhando até ele.

Coloque no Google Maps: Santa Catalina Ancha, 320, Cusco.

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POR FIM

Esse relato é 100% baseado na minha experiência e nas coisas que eu conheci por lá. Ninguém melhor para lhe dizer como é, do que quem foi, não é?

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