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Um dos destinos mais pitorescos do Peru é Puno, e isso se deve a uma cultura muito particular que vive nas águas do Lago Titicaca. Hoje vou te contar como ir às Ilhas dos Uros e como é visitar esse lugar que você provavelmente vai amar ou odiar, mas que com certeza não vai te deixar indiferente.
UM DOS DESTINOS MAIS PITORESCOS DO PERU
Puno é, sem dúvida, um dos lugares mais singulares do Peru, graças a uma cultura única que floresce nas águas do Lago Titicaca. Hoje, vou compartilhar com você como visitar as Ilhas Flutuantes dos Uros e como é essa experiência que, provavelmente, você vai amar ou detestar — mas que dificilmente passará despercebida.
O QUE SÃO AS ILHAS DOS UROS?
Às margens do majestoso Lago Titicaca, vive um dos povos mais antigos da região: os Uros. Esta comunidade ancestral tem um modo de vida bastante singular — eles não vivem em terra firme, mas sim em ilhas flutuantes feitas de totora, uma planta aquática abundante no lago.
A totora é multifuncional: serve como base para as ilhas, como material para construir casas, barcos e até mesmo artesanatos. Hoje, cerca de 70 dessas ilhas compõem o arquipélago flutuante dos Uros, com residências, escolas e pequenas lojas. Antes dedicados à pesca, atualmente muitos habitantes dependem do turismo como principal fonte de renda.
COMO CHEGAR ÀS ILHAS DOS UROS
As Ilhas dos Uros ficam bem em frente à cidade de Puno, na margem peruana do Lago Titicaca. É possível chegar à cidade a partir de Cusco, Arequipa ou, vindo da Bolívia, através de La Paz ou Copacabana, cruzando a fronteira.
A maneira mais prática de chegar a Puno é por ônibus, com várias empresas oferecendo viagens diárias. Como os trajetos costumam ser longos, vale considerar um ônibus noturno — assim, você economiza uma noite de hospedagem e aproveita o tempo para descansar.
Já em Puno, o acesso às ilhas é exclusivamente feito por barco. Inclusive, o transporte entre uma ilha e outra também depende dessa embarcação. A estrutura turística é bem organizada, e a visita às ilhas geralmente ocorre por meio de passeios guiados.
TIPOS DE PASSEIOS ÀS ILHAS DOS UROS
Existem várias formas de visitar as ilhas. Você pode optar por um passeio de meio dia, com uma visita rápida a algumas das ilhas flutuantes, ou por uma excursão de dia inteiro que também inclui a Ilha Taquile (esta, de fato, em terra firme). Para quem busca uma imersão mais profunda, há ainda a opção de dois dias, com visita às ilhas Uros, Taquile e Amantani, incluindo pernoite em uma casa local.
Para facilitar, aqui estão as opções mais comuns:
- Excursão de meio dia às Ilhas dos Uros
- Excursão de um dia às Ilhas dos Uros e Taquile
- Excursão de dois dias às Ilhas dos Uros, Taquile e Amantani
COMO É A VISITA ÀS ILHAS DOS UROS?
No meu caso, optei por um passeio de meio dia. Peguei o barco no porto de Puno e, durante o trajeto, o guia contou um pouco da história dos Uros e da importância cultural do Lago Titicaca.
Fomos recebidos por uma das famílias que vive em uma das ilhas. As mulheres da comunidade explicaram como constroem o solo flutuante, as casas e os barcos. No entanto, grande parte da visita foi voltada à venda de artesanatos. Embora digam que são feitos à mão ali mesmo, vi peças idênticas em outras partes do Peru, o que me deixou em dúvida.
Após a visita inicial, nos ofereceram um curto passeio em uma das embarcações tradicionais feitas de totora — não incluso no valor do tour.
Encerramos a visita na ilha principal, chamada Utama. Lá, é possível tomar algo e até carimbar o passaporte (custo adicional de 3 soles), marcando a passagem pelas ilhas. Depois, retornamos de barco a Puno.
VALE A PENA VISITAR AS ILHAS DOS UROS?
Como mencionei no início, as Ilhas dos Uros despertam sentimentos extremos: algumas pessoas se encantam com a cultura e a paisagem; outras, porém, se frustram com o excesso de apelo comercial. Eu, pessoalmente, fiquei com a segunda impressão.
É inegável que a história e o modo de vida dos Uros são fascinantes. Viver sobre o lago, em estruturas feitas de plantas, exige habilidade e resistência. No entanto, a visita se tornou excessivamente turística — os moradores são insistentes na venda de produtos e a sensação é de que tudo gira em torno do consumo.
Além do passeio de barco e do carimbo no passaporte, que não estão inclusos, há uma forte pressão para comprar artesanatos e consumir no bar local. A autenticidade da experiência parece ter sido diluída pelo turismo em massa.
Talvez o passeio de dois dias, com pernoite nas ilhas, ofereça uma vivência mais verdadeira e tranquila. Mas, no modelo de meio dia, senti que tudo era um roteiro ensaiado — inclusive as músicas em inglês cantadas pelos moradores, que certamente não faziam parte do cotidiano antes da chegada dos turistas.
POR FIM
Esse relato é 100% baseado na minha experiência e nas coisas que eu conheci por lá. Ninguém melhor para lhe dizer como é, do que quem foi, não é?
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